Manuel Barbosa com Quinito (outro ilustre esquecido), no Kuwait.
Manuel Barbosa foi um dos mais emblemáticos empresários do futebol português. Muito antes da era José Veiga e da era Jorge Mendes, Barbosa (Manuel) dava cartas e era o mais mediatizado empresário de jogadores.
Essa mediatização devia-se muito ao facto de Manuel Barbosa, bracarense de gema, ter uma estreita relação com o Benfica, julgo que mesmo uma exclusividade. Nunca o Benfica ficou mal servido, nem Barbosa mal pago, presume-se.
Valdo, Ricardo Gomes, Aldair, Mozer, foram tudo "contratações" suas, de que o Benfica foi destino idílico. Tudo jogadores de primeira água, de selecção, que ainda hoje são recordados com saudade, na Luz e no futebol português.
Depois, a roda da sorte mudou. Manuel Barbosa, apanhado na enxurrada do "caso" Tapie, ele que tinha relações privilegiadas com o Marselha, desapareceu de cena. Episodicamente, ouviu-se falar dele por causa de um projecto imobiliário/lazer em Braga, entretanto abortado.
Conheci pessoalmente Manuel Barbosa em Madrid, em 1994. Convidou-me para tomar o pequeno-almoço num hotel do centro da capital espanhola onde ambos estávamos hospedados. Tinha jantado na noite anterior com Ramon Mendoza, então presidente do Real Madrid, revelou-me. A ideia era transferir Futre, então no Benfica, para os "merengues". A operação não resultou e Barbosa levou Futre para o Marselha.
Falou-me com paixão do Benfica e do sonho que alimentava em vir, um dia, a presidir ao clube. Um sonho que muitos outros tiveram. Simpatizei com aquele homem, franzino, irrequieto, transparente.
Barbosa fez a sua travessia do deserto. Na passada sexta-feira, deu uma longa entrevista ao "Diário de Notícias", suplemento Sport, onde se revela o mesmo homem de sempre: frontal, destemido, corajoso. Uma entrevista para ler aqui na íntegra. Tendo tido sempre relações próximas e privilegiadas com Rui Costa, que levou do Benfica para a Fiorentina, não será de estranhar que Barbosa volte a entrar no Benfica pela porta grande. Sejas bem-vindo, Manuel Barbosa!
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