quarta-feira, 2 de maio de 2007

Obviamente, demita-os!

Quando chegou ao Benfica, pela mão de Manuel Vilarinho, Luís Filipe Vieira não era um ilustre desconhecido, mas andava lá perto. Dele sabia-se que tinha tornado o Alverca um clube da I Divisão e com bases sólidas de crescimento (de que o melhor exemplo era uma forte aposta nas camadas jovens) e que era amigo de Jorge Nuno Pinto da Costa. Esta proximidade não lhe trouxe só desvantagens, permite-lhe agora, pelo menos, saber que caminhos não quer trilhar.
Vieira não conquistou a simpatia dos notáveis, não tinha nascido em berço de ouro, falava de maneira directa e dispensava o protocolo. Tinha tudo para ser triturado nos corredores da Luz.
À sua maneira, olhou em volta e atirou: “Comigo acabaram-se as vaidades e os “papagaios””. Papagaios, na gíria de Vieira, eram os “notáveis” que por dá cá aquela palha vinham para os jornais, geralmente quando o Benfica perdia, dizer mal de tudo e de todos, do treinador aos jogadores e aos dirigentes. Eram, geralmente, ex-dirigentes a sonhar com o regresso.
Quatro anos depois de ter entrado no Benfica como assessor da Direcção, Luís Filipe Vieira pode dizer que quase conseguiu acabar com as vaidades e os “papagaios”. Mas fez muito mais, desde o lançamento de uma série de projectos, como o kit Novo Sócio, que permitiu ao Benfica alcançar o primeiro lugar mundial em número de sócios, à construção da Nova Catedral, passando pela restauração da imagem de credibilidade do clube, alicerçada na recuperação financeira.
Não é o tempo de fazer o balanço destes anos, a que não é despiciendo juntar as extraordinárias “performances” das modalidades, como o futsal, o voleibol, o andebol, o hóquei, o basquetebol, o regresso do ciclismo – no fundo, a manutenção e reforço do ecletismo, símbolo do clube. A Luís Filipe Vieira, primeiro, e a muita gente mais ou menos ilustre, se deve este renascer da Fénix.
É, por isso, que Vieira não pode pôr em causa todo este trabalho, ignorando o que se passa ao nível da estrutura médica do clube, nomeadamente junto à equipa de futebol, a alma do Benfica.
Desde os casos de “doping” ainda não totalmente esclarecidos nas várias modalidades, a que se soma o “caso” Nuno Assis, até às sagas clínicas que têm assolado os jogadores mais marcantes da equipa, Rui Costa, Luisão, Simão, Miccoli, agora Nuno Gomes, tudo tem acontecido. E ninguém dá a cara…
Esperam os benfiquistas que o Presidente do Benfica faça jus à sua imagem: cortar a direito. A culpa não pode morrer solteira e Vieira já mostrou que não convive bem com a incompetência.
Não basta ter um excelente profissional como Domingos Soares Oliveira na área financeira, com os resultados que se conhecem, de que é último exemplo o encaixe conseguido no empréstimo obrigacionista.
É preciso que áreas tão sensíveis e importantes, como o Departamento Médico do clube, esteja ao nível do que se exige numa Instituição como o Sport Lisboa e Benfica. O que não tem acontecido, repetidas e sistemáticas vezes. Por isso, Luís Filipe Vieira só tem uma saída, demiti-los…

1 comentário:

  1. Há outros que também deviam ser demitidos.
    Por exemplo os funcionários que escrevem em blogues nas horas em que deviam estar a trabalhar...

    ResponderEliminar

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...