segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O exemplo da formação

Benzema e Ben Arfa, de 20 anos, jogadores do Lyon e figuras de proa da Selecção gaulesa
Depois de um mau bocado, a França de Zinedine Zidane, e agora de Thierry Henry, deu um passo decisivo no apuramento para o Euro 2008, ao ganhar à Lituânia, no estádio-talismã de La Beaujoire, em Nantes.
Porque falo hoje da Selecção francesa? Não por causa do documentário sobre Zidane, a exibir no DocLisboa 2007. Não por causa do facto de Thierry Henry com os seus dois golos na partida ter suplantado o eterno Michel Platini na lista de melhor marcador dos “bleus”. Mas sim pelo facto desta Selecção gaulesa, super renovada depois do Mundial de 2006, continuar a apostar na formação.
Deleitei-me a ver jogar Ben Arfa, de 20 anos, Karim Benzema, de 20 anos, e Jeremy Toulalan, de 24 anos, curiosamente todos do Olympique de Lyon. O primeiro, natural de Clamart mas de ascendência tunisina, recusou-se a jogar pela Selecção da Tunísia. O segundo, natural de Lyon mas de ascendência argelina, como Zidane, recusou-se a jogar pela Selecção da Argélia. Os três são produtos “vintage” da política de formação gaulesa, que tem em Benzema o “novo” Zidane, em Toulalan o “novo” Vieira, e em Ben Arfa, o “novo” Robert Pires.
Quando se fala em Portugal na naturalização “à la carte” de jogadores brasileiros para jogar pela Selecção Nacional, é bom sublinhar estes exemplos, de países mais desenvolvidos, mais responsáveis, educados naquela velha máxima de que “é preciso semear para colher”.

2 comentários:

  1. Sim, mas Portugal também está a fazer essa renovação.
    Temos João Moutinho, Miguel Veloso, Ronaldo, Quaresma, Nani em substituição dos velhos valores.
    Neste aspecto não concordo contigo e digo-te mesmo que se está a fazer um bom trabalho nesse sentido.
    O problema das naturalizações à la carte como tu dizes é bastante delicado e parece-me que vai, mais ano menos ano, a ser um prática comum, até porque a crescente globalização do desporto assim o exige. Eu não concordo com essas naturalizações selvagens, acho que retira todo o espírito das competições envolvendo selecções nacionais.
    Se olharmos para o rugby, e olharmos para as selecções mais pequenas temos montes de exemplos das naturalizações selvagens. Vês num campeonato do mundo uma selecção como o tonga, samoa ou fiji cujos jogadores vêem todos da australia, nova zelandia e redondezas.

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  2. Os exemplos que dás são uma prova de que Portugal não precisa de jogadores naturalizados. O Pepe, por exemplo, se já estivesse a jogar pela selecção, se calhar tirava o lugar ao Tonel. Com que vantagem?

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