1988. O Benfica estava apurado para a final da Taça dos Campeões Europeus. O adversário era o temível, à época, PSV Eindhoven de Ronald Koeman. O palco era Estugarda.
Quatro dias antes, o Benfica disputava, na Luz, mais uma partida do campeonato, contra o Vitória de Guimarães. Foi uma partida dramática. Num lance, a meio-campo, Diamantino, o capitão e o jogador-referência da equipa, tombou, depois de carregado violentamente. Saiu em maca e não jogou em Estugarda.
Naquele momento fatídico, perpassou pela Velha Catedral um mal-estar que não augurava nada de bom. Como, infelizmente, veio a acontecer. O Benfica, então sem grandes estrelas, e onde eram titulares jogadores sem nível como Vando ou Hajry, sentiu de modo gritante a falta de Diamantino.
Perdemos nas grandes penalidades. Mas mais que o célebre falhanço de Veloso, aquilo que me marcou até hoje foram as costas voltadas de Toni, recusando-se a ver os pontapés decisivos, e o guarda-redes Silvino, petrificado sobre a linha de golo e sem conseguir sequer lançar-se às bolas.
Vem isto a propósito, com as devidas proporções, do actual momento do Benfica. O que está a falhar? Eu respondo: falta Petit. Há algumas semanas, contra a Naval, a 2 minutos do fim e a ganhar por 3-0, Petit caiu lesionado, porque disputa cada lance como se fosse o último. Saiu de maca, o estóico Petit, e só isso é sinal de gravidade.
Naquele momento, senti o mesmo que em 1988 quando vi Diamantino cair. Um frio gelado que não augurava nada de bom. Como, infelizmente, veio a acontecer. Vítor Serpa, director de “A Bola”, ensaiou esta tese, em editorial, na vésperas do jogo contra o AC Milan.
Sem Petit, a alma, a raça, os nervos, o coração e o barómetro da equipa, o Benfica não tornou a ganhar. Fernando Santos, na época passada, tinha perdido Rui Costa. Nesta, Camacho perdeu Petit. Espera-se que com o regresso do guerreiro, a história seja diferente.
Foto em www.cachecolglorioso.com
Sem comentários:
Enviar um comentário