terça-feira, 9 de outubro de 2007

Mourinho no "Le Monde Diplomatique"

Quando há dias Santana Lopes abandonou o estúdio da SIC Notícias, onde comentava a vida interna do PSD, porque tinha sido interrompido por um directo sobre a chegada a Lisboa de José Mourinho, o país, surpreendentemente, desatou a aplaudir a atitude do ex-primeiro-ministro. (Dou de barato o facto desta atitude ter vindo de quem já foi presidente de um clube de futebol e comentador desportivo).
Nunca Santana imaginou ser alvo de tanta unanimidade pela positiva. Eu, no entanto, vi neste aplauso quase generalizado um assomo de uma característica bem portuguesa: a inveja. Mourinho, o “special one”, tinha finalmente alguém que recusava curvar-se à sua passagem. “Muito bem feito!”, devem ter dito para os seus botões os portugueses típicos, que acorreram a dar palmadinhas nas costas ao outrora humilhado e enxovalhado Santana.
O problema é que enquanto Santana já era, Mourinho, mesmo desempregado, continua a fazer furor. O “Le Monde Diplomatique”, edição portuguesa de Outubro, publica um interessante artigo do historiador José Neves, intitulado “Adorando José Mourinho: à procura dos atributos de um Portugal moderno”.
O artigo procura explicar o sucesso de José Mourinho, um português nada típico, nascido e criado em circunstâncias não particularmente vantajosas. Porquê então o “culto” Mourinho?
Sinteticamente, eis a resposta: liderança inteligente (como a classificou o neurocientista António Damásio); formação qualificada; inovação e criatividade; magistral gestão de recursos humanos. Está tudo dito, não está?

1 comentário:

  1. Quem é Mourinho, afinal? Um treinador, que se notabilizou no FC Porto, que ingressou na Premier League e teve êxito. Além disto, da capacidade de ser um bom líder de homens da bola. O que mais fez em prol da sociedade? Que eu saiba, nada. Quem é Santana Lopes? Além de muitas outras coisas, ex-presidente do Sporting, ex-presidente da Câmara da Figueira da Foz, ex-primeiro-ministro. Quem era o convidado da SIC Notícias? Santana Lopes. Que tema estava a falar? As eleições no maior partido da oposição, o PSD, portanto. Que tema queria a estação televisiva ouvir do treinador? Como o mesmo ia passar as férias. Perante todas estas vicissitudes, discordo contigo, Pedro. Ninguém gosta de ser interrompido, mas se a interrupção vier a preceito, tudo bem. Não era o caso. Esteve mal a equipa liderada por Ricardo Costa.

    PS: como reagiria Mourinho se fosse interrompido a meio de uma entrevista para se falar de outro tema que não o futebol.

    Abraço

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