Eu sei que “isto” (ver quadro) pode não ser atraente para a maioria dos sócios, adeptos, simpatizantes do Benfica. Sei também que a esmagadora maioria ou é indiferente ou acha o assunto irrelevante.
O que interessa é o golo, o “core business” do clube. Claro que sim, completamente de acordo. Mas para se poder ter uma equipa competitiva, que ganhe campeonatos, jogos, marque golos e não os sofra, é preciso manter e/ou adquirir jogadores de classe-extra. Tal só se consegue com capacidade financeira. É por isso que “isto” é importante.
O que é “isto”? O "Diário Económico" de hoje, na sua página 27, intitula: “Grupo Benfica com melhor resultado de sempre; Clube contribuiu com 10,8 milhões de euros para os resultados líquidos do grupo na época de 2006/2007”.
O texto do artigo é sintomático. Transcrevo excertos: “Pela primeira vez desde a sua criação em 2000, o grupo empresarial Benfica apresentou resultados líquidos consolidados positivos”; “Estes resultados são consequência directa dos resultados atingidos no Clube e nas principais empresas do grupo, nomeadamente a Benfica SAD e a Benfica Estádio, explica Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD encarnada, ao Diário Económico”; “Estes números representam uma “vitória” para o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. “”Há quatro anos, o presidente iniciou uma política de desenvolvimento do grupo tendo como objectivo o equilíbrio económico e estes resultados reflectem que encetámos o caminho correcto, refere o administrador”; “O reforço da notoriedade do Benfica no contexto do futebol europeu, face à presença na principal competição de clubes a nível europeu, e a entrada em funcionamento pleno do Caixa Futebol Campus, influenciaram as contas”.
Eu sei que “isto” é um bocado árido, mas numa altura de crise económica, de passivos gigantescos com que os clubes de futebol se debatem, muitos deles a caminho da insolvência, vale a pena ter orgulho em ser benfiquista.
Mas não chega apresentar resultados “macro” positivos. Agora, é preciso reforçar a sério a equipa de futebol, preparar a época com tempo, com conta, peso e medida. É preciso que a Luz volte a ser um Inferno, o que tem de passar por uma política de ingressos que privilegie os sócios e, mais, os sócios mais longe de Lisboa, as Casas do Benfica, as escolas. Mais gente, com preços mais convidativos e melhores benefícios.
É preciso um forte investimento na “marca Benfica”, uma marca global ao nível da Coca-Cola ou da MacDonalds, mais e melhor merchandising. É preciso uma forte estrutura à volta de todos os escalões de futebol do clube (que sei está a ser criada). É preciso retirar todos os proveitos do facto do Benfica ser a “galinha dos ovos de ouro” dos canais televisivos. O que o Benfica recebe pelas transmissões dos seus jogos, que permitem encaixes de milhões em publicidade e “shares” liderantes, não chega para mandar “tocar um cego”. “Isto” é muito bom, mas é preciso mais… Voltaremos ao assunto.
O que interessa é o golo, o “core business” do clube. Claro que sim, completamente de acordo. Mas para se poder ter uma equipa competitiva, que ganhe campeonatos, jogos, marque golos e não os sofra, é preciso manter e/ou adquirir jogadores de classe-extra. Tal só se consegue com capacidade financeira. É por isso que “isto” é importante.
O que é “isto”? O "Diário Económico" de hoje, na sua página 27, intitula: “Grupo Benfica com melhor resultado de sempre; Clube contribuiu com 10,8 milhões de euros para os resultados líquidos do grupo na época de 2006/2007”.
O texto do artigo é sintomático. Transcrevo excertos: “Pela primeira vez desde a sua criação em 2000, o grupo empresarial Benfica apresentou resultados líquidos consolidados positivos”; “Estes resultados são consequência directa dos resultados atingidos no Clube e nas principais empresas do grupo, nomeadamente a Benfica SAD e a Benfica Estádio, explica Domingos Soares Oliveira, administrador da SAD encarnada, ao Diário Económico”; “Estes números representam uma “vitória” para o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira. “”Há quatro anos, o presidente iniciou uma política de desenvolvimento do grupo tendo como objectivo o equilíbrio económico e estes resultados reflectem que encetámos o caminho correcto, refere o administrador”; “O reforço da notoriedade do Benfica no contexto do futebol europeu, face à presença na principal competição de clubes a nível europeu, e a entrada em funcionamento pleno do Caixa Futebol Campus, influenciaram as contas”.
Eu sei que “isto” é um bocado árido, mas numa altura de crise económica, de passivos gigantescos com que os clubes de futebol se debatem, muitos deles a caminho da insolvência, vale a pena ter orgulho em ser benfiquista.
Mas não chega apresentar resultados “macro” positivos. Agora, é preciso reforçar a sério a equipa de futebol, preparar a época com tempo, com conta, peso e medida. É preciso que a Luz volte a ser um Inferno, o que tem de passar por uma política de ingressos que privilegie os sócios e, mais, os sócios mais longe de Lisboa, as Casas do Benfica, as escolas. Mais gente, com preços mais convidativos e melhores benefícios.
É preciso um forte investimento na “marca Benfica”, uma marca global ao nível da Coca-Cola ou da MacDonalds, mais e melhor merchandising. É preciso uma forte estrutura à volta de todos os escalões de futebol do clube (que sei está a ser criada). É preciso retirar todos os proveitos do facto do Benfica ser a “galinha dos ovos de ouro” dos canais televisivos. O que o Benfica recebe pelas transmissões dos seus jogos, que permitem encaixes de milhões em publicidade e “shares” liderantes, não chega para mandar “tocar um cego”. “Isto” é muito bom, mas é preciso mais… Voltaremos ao assunto.
Caro Companheiro
ResponderEliminarConcordo em pleno com o seu artigo. Muito obrigado pelo seu texto. Na realidade o histograma que transcreve do Diário Económico é o espelho dos problemas estruturais com que se debatem os dirigentes da SAD. O Benfica teve uma década de noventa calamitosa. E note-se que mesmo com uma taça e um titulo o Benfica tem vindo a recuperar financeiramente. Com o sistema SporTVU o Benfica irá avaliar a performance dos seus jogadores obectivamente e portanto conseguir melhorar tactica e tecnicamente os jogos.
Eu acredito, sem conhecer qualquer dirigente da SAD que eles estão a fazer um bom trabalho.
Saudações Benfiquistas e cumprimentos pelo seu blog
Caro Pedro,
ResponderEliminarSim... além do mais estamos só a olhar para esta década.
Foi uma década de investimento em infraestruturas (novo estádio, centro de estágio, pavilhões, piscinas, etc) e recursos humanos (nunca o Benfica investiu tanto em jogadores).
Mesmo assim conseguiu equilibrar as contas e ir reduzindo o passivo aos poucos.
O que eu gostaria de ver era as contas dos mandatos de Santos, Brito, Damásio e Azevedo.
Pois eles pouco ou nada criaram para o clube e contrairam um dívida brutal.
Claro que muitos falam que o golo é que importa. Mas nos anos 90 tivemos por várias vezes quase a fechar a porta porque o pessoal só se preocupava em comprar jogadores sem garantir dinheiro para isso.
Lembraste como eu da novela do Poborsky que demorou uma eternidade a ser pago, ou o caso do famoso Luzny que veio a Lisboa assinar mas depois foi para outro lado pois não havia guito, ou a operação coração, ou saída do Paulo Sousa e do Pacheco por não haver dinheiro?
Eu lembro-me do Benfica ter uma das melhores equipas da Europa em 1992/1993:
Neno, Silvino, Pedro Roma, Helder, Fernando Mendes, Mozer, Veloso, Abel Xavier, Schwarz, Paneira, Kulkov, Rui Costa, Paulo Sousa, Pacheco, Futre, César Brito, Yuran, João Pinto, Isaías, Rui Águas, etc...
Perdemos o campeonato por 2 pontos e no final tivemos o vergonhoso verão quente onde Paulo Sousa e Pacheco rescindiram contrato e foram para Alvalade e João Pinto só não foi porque o Benfica teve que abrir os cordões à bolsa. Tudo por alegados ordenados em atraso.
Nesse verão ainda vendemos o Futre, mas o pior foi quando tivemos que vender o Maestro para saldar as dívidas pois o Brito já não metia mais dinheiro no clube.
Isso sim foram momentos muito tristes.
Por muito que falem o Benfica já esteve pior, muito pior!
E não é só no Futebol. Olha para as amadoras.
Tirando o Basquete (por razões extra-desportivas) lutamos pelos títulos em todas as modalidades.
E tudo recuperado nos últimos 4 a 5 anos.
E na formação? Vale e Azevedo quase acabou com a formação do clube.
Hoje já temos condições iguais aos melhores clubes da Europa, e estou convencido que daqui a um ou dois anos teremos alguns míudos na equipa principal.
E o melhor é que é tudo feito com rigor e equilíbrio económico.
Sou Engenheiro de formação e gestor por Paixão. E nunca acreditei nas história da carochinha que muitos contam.
Nunca acreditei nos mecenas, nas beneces e nas negociatas. Na gestão de um negócio é necessário rigor ou o futuro está em risco.
Infelizmente em Portugal a boa gestão não é um objectivo. Mas o que é que se pode esperar de um país onde a corrupção é aceite de braços abertos?
Como Benfiquista orgulho-me que o Benfica esteja na frente da luta pela dignificação do futebol e sociedade, mostre que se pode fazer dinheiro com o desporto, investindo!
Um abraço,
V.