A digressão de final de época do Benfica a Cabo Verde e a Angola é uma decisão “política” que merece aplausos e elogios. O normal nestas iniciativas é olhar apenas para o lado financeiro, aproveitando o fim das competições internas para garantir mais alguns euros nos cofres.
Sem pinga de interesse desportivo, estas digressões não passam de excursões destinadas a ocupar os jogadores e técnicos até ao final da época contratual, 30 de Junho, antes da libertação dos atletas para férias.
Este caso não obedeceu a estas premissas. Não sabemos qual o “cachet” que o Benfica recebeu, mas, tratando-se de Cabo Verde e de Angola, não deve ter sido significativo. É por isso de enaltecer, sublinho, esta digressão.
Para o Benfica, a ex-colónias não foram só um alfobre de grandes atletas, mas um importante mercado emocional e afectivo, em cuja população local, o nome Benfica era o símbolo mais querido e estimado de ligação à Metrópole, mesmo em alturas de guerra colonial.
Milhares e milhares de africanos de língua oficial portuguesa continuam a vibrar com o Benfica. Em Cabo Verde, seja na Cidade da Praia, no Sal ou em S. Vicente, é vulgar vermos jovens de camisola do Benfica vestida. Em Angola, seja em Luanda, ou no Huambo, é vulgar angolanos passearam na marginal da capital envergando a camisola de Eusébio, Coluna, Santana ou José Águas. A mesma realidade de passa em Moçambique, em S. Tomé e Princípe, na Guiné.
A diáspora benfiquista em terras da África portuguesa, chamemos-lhe assim, é um capital que deve ser preservado e fomentado. Não foi, por isso, de estranhar a verdadeira enchente que ocorreu no Estádio Municipal da Ilha do Sal para ver o Benfica jogar.
Milhares em delírio, numa doce loucura que só percebe quem viu de perto a intensidade com que os cabo-verdianos vivem o Benfica. Devia ser, por isso, obrigatório que o Benfica todos os anos se deslocasse a uma cidade africana de língua oficial portuguesa. Se isto não é a lusofonia, o que é a lusofonia?
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Diáspora benfiquista
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já era tempo do Benfica fazer o que fazem os franceses á anos,em Africa,campos de recrutamento de jovens futebolistas.
ResponderEliminarE numa Angola que chegou a ter e ainda tem,um Benfica em Cabinda,um em Luanda,um na Huila e penso que ainda tem um no Namibe,no Huambo e um no Sumbe.Quer no Futebol,quer no basquete em que Angola é a maior potência em Africa,acho que é um mercado a ter em conta.