O corrupio de nomes de futuros treinadores do Benfica nos jornais desportivos ameaça a sanidade mental dos leitores e promete primeiras páginas coloridas até final da época. São muitas as hipóteses e poucas as certezas. Nas redacções devem-se fazer apostas, lançar palpites, tirar à sorte. Quem vai ocupar a cadeira mais apetecida do banco de suplentes do futebol português?
Quase que estou a ver as reuniões de editores. “Então amanhã, quem vamos colocar na primeira página como novo treinador do Benfica?” – pergunta o director. Ao que o editor das páginas sobre o clube da Luz responde com conhecimento de causa: “Se calhar o melhor é fazer uma sondagem entre os nomes que têm sido falados”.
O editor das modalidades, pouco familiarizado com a questão, não quer deixar de meter colherada e recorre à sua experiência de quando fazia inquéritos de rua: “Não é um pouco tarde para fazer sondagens?”.
A pergunta originou irónica troca de olhares entre o director, o chefe de redacção e o editor do Benfica. “Bom, deixemos esses pormenores para outras alturas e vamos lá avançar que se faz tarde”, atalha o director, num remoque ao editor das modalidades.
Que raio de impertinentes que julgam que vender um jornal se rege por normas de rigor e de credibilidade, resmunga com os seus botões o director, cada vez mais incomodado com o facto da manchete ainda estar por encontrar, e já passou a hora normal de almoço.
Vamos lá ao “tacho”. Pode ser que com a barriga cheia as ideias apareçam. O chefe de redacção vem, depois de almoço, com vontade de tomar as rédeas da situação. “Ouvi na rádio que vai ser um português”, diz, entusiasmado.
“Português, inglês ou chinês, eu quero é um nome”, atira o director, ao ver as horas passarem e a primeira página em branco. O editor de futebol internacional intervém, pela primeira vez: “Tenho informações de que vai ser estrangeiro”, diz, solene.
“Ao diabo as informações. Um nome, eu quero um nome”, berra desesperado o director. A coisa começa a ficar preta. Nomes, mas quais nomes?, se todos já tinham sido utilizados em edições anteriores. A imaginação tem limites.
O estado de crise daquela reunião começa a transpirar para o exterior e a envolver todas as pessoas que trabalham no jornal. Jornalistas, copy-desks, secretárias, contínuos, motoristas, seguranças, todos são chamados a opinar sobre o nome do futuro treinador do Benfica. Afinal, era o seu posto de trabalho que estava em causa, o jornal não podia sair para as bancas com a primeira página em branco.
Aguardam-se os noticiários da noite para ver se havia novidades. Nada. Noite cerrada e o desespero tinha-se transformado em drama. A hora de fecho da edição avançava inexorável. Até que, do fundo da redacção, um jovem estagiário que assistia atónito a todo aquele reboliço perdeu a vergonha e disse a medo: “E se telefonassem ao Zandinga?”.
Olharam todos, incrédulos, na mesma direcção. O tempo parecia ter parado. Um segundo depois, desataram numa correria para as agendas telefónicas.
Quase que estou a ver as reuniões de editores. “Então amanhã, quem vamos colocar na primeira página como novo treinador do Benfica?” – pergunta o director. Ao que o editor das páginas sobre o clube da Luz responde com conhecimento de causa: “Se calhar o melhor é fazer uma sondagem entre os nomes que têm sido falados”.
O editor das modalidades, pouco familiarizado com a questão, não quer deixar de meter colherada e recorre à sua experiência de quando fazia inquéritos de rua: “Não é um pouco tarde para fazer sondagens?”.
A pergunta originou irónica troca de olhares entre o director, o chefe de redacção e o editor do Benfica. “Bom, deixemos esses pormenores para outras alturas e vamos lá avançar que se faz tarde”, atalha o director, num remoque ao editor das modalidades.
Que raio de impertinentes que julgam que vender um jornal se rege por normas de rigor e de credibilidade, resmunga com os seus botões o director, cada vez mais incomodado com o facto da manchete ainda estar por encontrar, e já passou a hora normal de almoço.
Vamos lá ao “tacho”. Pode ser que com a barriga cheia as ideias apareçam. O chefe de redacção vem, depois de almoço, com vontade de tomar as rédeas da situação. “Ouvi na rádio que vai ser um português”, diz, entusiasmado.
“Português, inglês ou chinês, eu quero é um nome”, atira o director, ao ver as horas passarem e a primeira página em branco. O editor de futebol internacional intervém, pela primeira vez: “Tenho informações de que vai ser estrangeiro”, diz, solene.
“Ao diabo as informações. Um nome, eu quero um nome”, berra desesperado o director. A coisa começa a ficar preta. Nomes, mas quais nomes?, se todos já tinham sido utilizados em edições anteriores. A imaginação tem limites.
O estado de crise daquela reunião começa a transpirar para o exterior e a envolver todas as pessoas que trabalham no jornal. Jornalistas, copy-desks, secretárias, contínuos, motoristas, seguranças, todos são chamados a opinar sobre o nome do futuro treinador do Benfica. Afinal, era o seu posto de trabalho que estava em causa, o jornal não podia sair para as bancas com a primeira página em branco.
Aguardam-se os noticiários da noite para ver se havia novidades. Nada. Noite cerrada e o desespero tinha-se transformado em drama. A hora de fecho da edição avançava inexorável. Até que, do fundo da redacção, um jovem estagiário que assistia atónito a todo aquele reboliço perdeu a vergonha e disse a medo: “E se telefonassem ao Zandinga?”.
Olharam todos, incrédulos, na mesma direcção. O tempo parecia ter parado. Um segundo depois, desataram numa correria para as agendas telefónicas.
Boas tardes.
ResponderEliminarParece-me mais eficaz "atirar nomes ao ar"...
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A porta do Paraíso do Inferno estará sempre aberta!
Saudações,
im
dava um bom sketch do gato fedorento.. so' acrescentava o Rui Costa(ou um gajo parecido com ele) entrar vestido de forcado e por ordem naquela cena toda. "Mocos"
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