sábado, 22 de março de 2008

Um jogo clandestino



O futebol português é uma piada. Ou uma anedota. Ou uma fraude. Ou uma brincadeira. Ou tudo isto junto e ainda sobra tempo ao presidente da Liga para pensar em mais motivos de galhofa. Agora, a ideia luminosa é criar um campeonato de sub-21. Era trágico, se não fosse cómico.
As equipas de juniores de Benfica, Sporting e FC Porto têm uma maioria de estrangeiros. Isso preocupa o presidente da Liga? Não. Uma fiscal de linha brasileira, Ana Paula Oliveira, vem a Portugal a uma festa de aniversário de um jornal e na presença de Vítor Pereira, presidente da comissão de arbitragem, classifica o processo “Apito Dourado” de “máfia do apito”. Isso preocupa o presidente da Liga? Não.
A tacinha da Liga, uma ideia do seu presidente, tem médias de assistência de 2.500 espectadores. Isso preocupa o presidente da Liga? Não, pelo contrário, acha que a prova foi um sucesso.
Um jogador internacional português, a poucos meses do Euro 2008, tem uma entrada a “matar” num jogo da Liga. Isso preocupa o presidente da Liga ou o presidente da Federação? Não. O primeiro está preocupado com a final de uma prova quase clandestina, o segundo preocupado está, se calhar, com o Mundial de 2018.
Em vez de gastar energias e recursos com campeonatos idiotas, o presidente da Liga devia procurar promover e consolidar a Supertaça Cândido de Oliveira, uma prova já com prestígio em Portugal e cuja disputa no início da época é de uma clara idiotice.
A Supertaça devia ser disputada no fim-de-semana a seguir ao final da Liga. O seu palco não pode ser outro que não o Estádio Nacional, e o jogo deve ocorrer num Domingo à tarde. Dar a mesma dignidade à final da Taça de Portugal e à Supertaça devia ser preocupação da Liga e não a criação avulsa de provas e mais provas.
Em 2009/10, o 2º classificado da Liga não tem entrada directa na Liga dos Campeões. Isso preocupa o presidente da Liga? Não.
Vamos todos é apreciar a grande final da Taça da Liga, uma prova clandestina, a disputar hoje, entre V. Setúbal e Sporting, num estádio fantasma, e procurar evitar um grande bocejo. Certo, certo, na tribuna vão estar muito sorridentes o presidente da Liga, o presidente da AG da Liga e outros responsáveis (?) do futebol português.
O circo está para durar…

1 comentário:

  1. excelente post.

    como de costume, é mais fácil criar problemas pequenos do que resolver os grandes.

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