quinta-feira, 13 de março de 2008

Quo vadis, futebol português?

O futebol português precisa de uma reflexão profunda. Que cabe, em primeiro lugar à Liga de Clubes, mas também à Federação Portuguesa de Futebol. Em vez de andarem entretidos com a criação de torneios mais ou menos anedóticos, como a Taça da Liga, ou com ideias fantasiosas, como a organização de um campeonato do Mundo, Hermínio Loureiro e Gilberto Madaíl deviam debruçar-se sobre o que é realmente importante e mostrarem-se preocupados: a qualidade do futebol em Portugal, a qualidade do espectáculo e o consequente afastamento dos adeptos.
Vem este tema a propósito do que foi a participação das equipas portuguesas nas provas europeias deste ano. Ficamo-nos pelas, chamadas, três grandes: Benfica, FC Porto e Sporting. As duas primeiras entraram na fase de grupos da Liga dos Campeões. O Benfica ficou-se por essa fase e, depois, na Taça UEFA, caiu às mãos de uma equipa de segundo plano do futebol espanhol, o Getafe
O FC Porto avançou para os oitavos-de-final. Como sempre tem acontecido nas suas outras participações, calhou-lhe em sorte a equipa mais fraca das apuradas, o Schalke 04, um conjunto alemão de segundo plano e sem história na Europa. Ao contrário do que aconteceu com a partida contra o Deportivo da Corunha, há 3 anos atrás, com a ridícula expulsão de um jogador espanhol a dar a passagem à final do FC Porto, desta vez não houve “mão negra”, e os azuis ficaram pelo caminho.
Hoje à noite, o Sporting ficou apurado para os quartos-de-final da Taça UEFA. Ganhou por 1-0, com o golo a aparecer a 5 minutos do fim, a um Bolton B, cuja equipa titular ficou em casa a preparar partidas mais importantes para o campeonato inglês, onde luta para não descer de divisão. É claro que o Sporting, mesmo que lhe saia o Zenit de S. Petersburgo, vai ter muitas dificuldades em continuar em prova.
Esta é a realidade do nosso futebol. E é bom lembrar que esta realidade já teve consequências e graves: em 2009/10, o segundo lugar da nossa Liga já não tem entrada directa na Liga dos Campeões. Estamos assim a modos que iguais à Moldávia. E esperemos que isto não inibia a nossa Selecção Nacional de fazer um grande Euro 2008.
Era sobre isto que eu gostava de ver os nossos dirigentes debruçarem-se. Aliás, não é por acaso que “casos” como o Apito Dourado continuam a marinar nos gabinetes dos dirigentes da Liga e federativos. Como pode alguém acreditar num futebol que não se respeita a si mesmo. Os resultados estão aí e não vale a pena meter a cabeça debaixo da areia.

1 comentário:

  1. Disse tudo companheiro. Esta falta de nível do futebol, a que não estão só ligados os casos do apito dourado mas também os jogadores emprestados. Só não entendo é as carreiras fulgurantes dos Vitórias.

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